Diagnóstico da perda auditiva
Para o diagnóstico da perda auditiva, o médico otorrinolaringologista utiliza-se além de uma adequada anamnese e exame físico, de uma série de exames complementares tanto para diagnóstico do grau e tipo da surdez, quanto da sua etiologia.
Audiometria
A audiometria é um exame subjetivo que avalia a audição das pessoas. Permite medir o grau e tipo de alteração, assim como dá pistas sobre a etiologia (causa). Este exame só pode ser realizado por um fonoaudiólogo ou otorrinolaringologista, pois são estes os profissionais habilitados a orientar corretamente todas as etapas para a realização do procedimento. Estes exames são feitos com o paciente dentro de uma cabine acústica, visando isolá-lo do ruído ambiental e utiliza o equipamento chamado audiômetro
Os principais tipos de audiometria são: a audiometria tonal e a audiometria vocal.
Audiometria tonal
A audiometria tonal emite tons puros, em várias intensidades e frequências, através da via aérea (fone de ouvido) e óssea (vibrador ósseos). Com este exame é possível determinar o limiar auditivo, ou seja, a intensidade sonora mínima que o indivíduo escuta em cada frequência. Determina desta forma o grau (leve, moderado, severo ou profundo) e o tipo de surdez (condutivo, neurosensorial).
Audiometria vocal
Na audiometria vocal o paciente irá ouvir palavras e monossílabos através dos fones e repeti-los a medida que são apresentados. Pessoas com audição normal geralmente têm uma margem de acerto de 100%. Considera-se normal quando o pacientes acerta no mínimo 88% das palavras ou monossílabos.
Audiometria infantil
Trata-se de um exame que avalia a função auditiva em crianças.
Caracteriza-se pela utilização de técnicas lúdicas que envolvam a criança no ambiente de teste. Na ocasião são apresentados sons e ao percebê-los o paciente deve encaixar uma peça em algum determinado brinquedo ou apertar um botão, por exemplo. O exame pode ser realizado com ou sem fone. Pode ser comportamental ou condicionada.
Audiometria infantil comportamental
Esse tipo de audiometria como o próprio nome já diz, avalia o comportamento da criança frente ao estimulo auditivo. É usado para crianças de 0 a 2 anos de idade ou crianças com outros comprometimentos neurológicos associados. Esse exame permite o rastreamento de crianças com surdez acentuada, severa e profunda. Utiliza-se instrumentos musicais e sons da fala. As respostas aos estímulos sonoros variam de acordo com a idade e com a intensidade mínima de estimulo, a avaliação deve constar de estímulos de diversas intensidades (entre 25 e 90 dB). A duração do exame varia de 40 a 60 minutos
Audiometria infantil condicionada
Esse tipo de Audiometria é indicado para crianças entre 3 e 5 anos e é realizada de forma lúdica com uso de brinquedos. Nos permite avaliar e determinar o grau de audição da criança, É realizado dentro da cabina acústica e dura cerca de 40 minutos.
Imitanciometria
A impedanciometria ou imitanciometria, é uma exame objetivo que fornece informações sobre a integridade funcional das estruturas do sistema auditivo. Avalia a presença de secreção no ouvido médio, mobilidade da cadeia ossicular e lesões das células ciliadas. Por se objetivo não depende da colaboração do paciente, sendo muito útil em crianças pequenas. Neste exame, uma pequena sonda é posicionada, de forma indolor, na entrada do conduto auditivo externo do paciente. Dois tipos de testes são realizados :
- Timpanometria, que avalia a complacência da orelha média;
- Reflexo Estapédico, que avalia a integridade do arco reflexo estapediano e, por conseqüência, de forma indireta, as estruturas das orelhas média e interna, nervo auditivo e tronco cerebral.
Potenciais evocados auditivos
PEATE ( potenciais evocados auditivos de tronco encefálico) ou BERA.
É um exame objetivo, que avalia a integridade funcional das vias auditivas nervosas, desde a orelha interna até o tronco encefálico. Com ele é possível determinar se existe ou não perda auditiva, assim como precisar seu tipo e grau, sem a participação ativa do paciente como ocorre na audiometria. Orienta o médico quanto a topografia(local) da surdez, se ela é decorrente de lesões na cóclea, do nervo auditivo ou do tronco encefálico.
É um teste indolor, não invasivo, que pode ser realizado em crianças e adultos, São colocados fones para que o paciente receba os sons e pequenos eletrodos na orelha e na testa, que irão registrar os impulsos elétricos gerados como reação aos estímulos sonoros recebidos. O paciente deverá estar deitado, o mais relaxado possível.
Em crianças, o exame é realizado durante o sono ou com anestesia. Utilizado quando a criança apresenta alteração à triagem auditiva neonatal para confirmação da perda auditiva. Permite determinar o limiar (grau) da perda auditiva.
Utilizado também para monitoramento das funções em pacientes em estado de coma e para desmascarar simuladores.