BAHA e PONTO:  CIRURGIA.

A Cirurgia consiste na instalação do pino de titânio na região retroauricular.

Para isso é realizado uma incisão (corte) na região atrás da orelha, preparo e afilamento da pele.

Em seguida, perfura-se o osso do crânio e fixa num sistema de rosca e pino um implante de titânio. Este implante irá com o tempo se osteointegrar no osso, incorporando-se e  fixando-se firmente ao osso permanentemente.

INCISÃO                                             PERFURAÇÃO DO OSSO                                FIXAÇÃO DO PINO (IMPLANTE)

                              

 

PINO FIXADO                                           SUTURA DA PELE                                  CURATIVO COM ARROELA

                 


PARTICULARIDADES DA CIRURGIA EM CRIANÇAS

Cirurgia em crianças deve ser feita por cirurgiões que já têm experiência em adultos pois é mais difícil e delicado. Isso deve-se ao fato do crânio ser mais fino e a qualidade do osso mais mole em crianças, especialmente em crianças com malformação congênita.  Para crianças, pode ser necessário uma cirurgia em dois tempos (2 cirurgias) com intervalo de 3 meses entre a primeira e a segunda. É também recomendado que um segundo implante seja “aterrado” para possível uso no futuro. A razão para isso é que a perda do implante é mais freqüente em crianças devido aos altos riscos de trauma ao pilar quando elas brincam. Assim, se no futuro, a criança perder o implante o segundo implante "reserva" pode ser utilizado. Este implante reserva deve ser colocado a uma distância de aproximadamente 15 mm do primeiro. 

Em Alguns casos nos quais a cirurgia não é possível, pode-se usar a prótese com uma banda elástica (softband) até que a criança cresça e seu crânio tenha espessura suficiente para uma cirurgia segura.

SOFTBAND








CUIDADOS PÓS OPERATÓRIOS: 

O paciente permanece com curativo na cabeça por 72 horas.  De 5-7 dias após a cirurgia, é removido a arroela plástica do curativo. A área é então limpa com solução salina normal e um novo curativo é colocado no lugar para manter uma pequena pressão na camada de pele por mais 5-7 dias. após 10 a 14 dias, a arroela plástica é removida e a área é deixada exposta. Durante as 2-3 semanas restantes o paciente deve limpar a pele uma vez por dia com água e sabão. Após 3 meses o processador de som pode ser acoplado . Este tempo é essencial para que uma adequada osseointegração tenha ocorrido. Antecipar o acoplamento pode resultar em perda do implante. Limpar a área da pele com implante deve ser feita com cuidado para evitar estrago à interface implante-pele. Limpeza vigorosa e o uso de detergentes fortes deve ser evitado.


ATIVAÇÃO E ACOMPANHAMENTO

A ativação do sistema BAHA consiste na adaptação do prótese vibratória externa, acomplando-a ao pino implantado. Deve ser realizado após 3 meses da cirurgia. Este tempo deve ser extendido em crianças pequenas ou em pacientes com calota craniana muito fina.

É  importante que o paciente siga um cronograma de acompanhamento. Geralmente, uma ou duas vezes por ano é suficiente, mas alguns pacientes podem precisar de retornos mais frequentes. Nessas visitas a estabilidade do pilar é checada. Se necessário, o pilar pode ser apertado ou mesmo trocado por um pilar mais comprido. 


COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS DOS SISTEMAS BAHA E PONTO (PRÓTESES TRANSCUTÃNEAS)

As taxas de sucesso para a cirurgia de próteses osteoancoradas são muito altas, porém situações inesperadas intra-operatórias e pós-operatórias podem ocorrer. Complicações são inerentes a todo o procedimento cirúrgico e todo cirurgião está passível de ter um dia. A melhor forma de se evitar uma complicação ainda é escolher bem o médico e a equipe que vai operá-lo. Busque sempre informações sobre a formação do profissional, quantas cirurgias ele já realizou e converse com paciente que já foram operados por ele.


Complicações durante a cirurgia:

  • Exposição da dura-máter e perfuração do seio sigmoide:  Embora raro, um leve vazamento de LÍQUOR ou sangue pode ocorrer durante a implantação do parafuso (implante). Se isto ocorrer, um cirurgião experiente consegue resolver som uso de cola biológica, hemostáticos e cera de osso.
  • Má fixação do parafuso: Isto geralmente ocorre nos casos em que  osso do crânio é muito fino como nas crianças pequenas e pacientes com má formação craniana. Quando isso ocorre o implante fica mole e se perde
  • Hematoma subdural: Embaixo da calota craniana existe vasos presos a dura-mater (membrana de reveste o cérebro). Durante a instalação do implante eles podem se romper gerando hemorragia. Pode ser de desenvolvimento lento e os sintomas serem sentidos após dias ou semanas após a cirurgia. São sintomas neurológicos gerais como dor de cabeça, confusão mental ou queixas visuais.


Complicações pós-operatórias :

  • Inflamação e infecção ao redor do pilar: Baixa ou excessiva higiene no local do pilar são as razões mais comuns para irritação. Isto também pode ocorrer devido a pele muito fina, implante com fixação insuficiente ou contaminação bacteriana.
  •  Supercrescimento da pele: A pele pode crescer em volta do implante de tal forma que pode chegar a cobri-lo, impedindo a fixação do processador externo. Se isso ocorrer o médico deverá fazer uma pequena cirurgia para remover o excesso de pele e, em alguns casos, trocar o pilar por um outro mais comprido.
  • Queloides: Os queloides variam para cada paciente e tem relação com uma predisposição pessoal a tê-los. Evitar incidência da luz solar no primeiro ano sobre a cicatriz ajuda a evitá-los.
  • Necrose do retalho da pele: Isto pode ocorrer alguns dias após a cirurgia. Se isso ocorrer o médico deverá fazer curativos constantes na região até a completa cicatrização ou até mesmo colocar um retalho/enxerto de pele no local.
  • Dormência no local do implante: Pode surgir e geralmente desaparece após alguns meses, mas há relatos de pacientes que ficaram com esta dormência permanente.
  • Perda do implante: Podem ocorrer por falha na osteointegração do implante. São causados por calota craniana muito fina, infecção, traumatismo (batidas) e pacientes que foram submetidos a radioterapia. Se isso ocorrer, uma nova cirurgia deve ser realizada.
  • Supercrescimento do osso: Pode ocorrer em crianças pequenas. O excesso de osso pode impedir a fixação do processador externo. Se isso ocorrer o médico deve remover cirurgicamente o excesso de osso.
  • Dor quando toca no pilar: Alguns pacientes sentem dor quando tocam no implante. Isso pode ser um sinal de que o implante está mal fixado, ou simplesmente ser um aumento da sensibilidade local.


CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS

  • RM e campos magnéticos: Diferente do implante coclear, o paciente com BAHA ou PONTO podem ser submetidos a exame de ressonância magnética, tomando apenas o cuidado de retirar o processador de som.
  • Radioterapia: Se o paciente já possui o implante, e está prevista para radioterapia em torno da área do implante, o pilar deve ser removido para permitir a cura do local antes que a radiação seja realizada. 
  • Atividades esportivas: Sempre existe o cuidado de traumatizar e perder o implante durante a prática esportiva. Tome o cuidado de não usar o processador de som durante o esporte se existe risco de impacto (futebol). O uso de capacetes próprios para prática esportiva aumenta a segurança. Embora seja mais comum em crianças, a perda do implante por traumatismo ocorre em todas as faixas etárias.


Prof Dr Robinson Koji Tsuji - CRM97471


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