Próteses auditivas de condução óssea: Critérios técnicos de indicação e resultados
Critérios de indicação:
1. Pacientes com perda auditiva neurosensorial, condutiva ou mista unilateral quando preenchidos todos os seguintes critérios:
a.Condições anatômicas ou infecciosas de orelha média e/ou externa que impossibilite adaptação de aparelho de amplificação sonora individual (AASI).
b. Limiar médio melhor que 60 dB para via óssea nas frequências de 0,5, 1, 2 e 3kHz na orelha a ser implantada.
c. Índice de reconhecimento de fala em conjunto aberto maior que 60 % em monossílabos sem aparelho de amplificação sonora individual (AASI).
2. Pacientes com perda auditiva neurosensorial, condutiva ou mista bilateral quando preenchidos todos os seguintes critérios:
a.Condições anatômicas ou infecciosas de orelha média e/ou externa que impossibilite adaptação de aparelho de amplificação sonora individual (AASI).
b. Limiar médio melhor que 60 dB para via óssea nas frequências de 0,5, 1, 2 e 3kHz em ambas orelhas.
c. Índice de reconhecimento de fala em conjunto aberto maior que 60 % em monossílabos sem aparelho de amplificação sonora individual (AASI).
d. A diferença interaural entre as médias dos limiares por via óssea de 0,5, 1, 2 e 3kHz não deve exceder a 10 dB e ser menor que 15 dB em todas as frequências.
3. Paciente com perda auditiva neurosensorial unilateral de grau severo a profundo para estimulação transcraniana de orelha contralateral.
a.Perda auditiva neurossensorial unilateral severa a profunda sem benefícios com a adaptação de AASI no lado a ser implantado e com a orelha contralateral normal.
b.Limiar médio pior que 71 dB para via aérea nas frequências de 0,5, 1, 2 e 3kHz na pior orelha, a ser implantada.
c.Limiar médio melhor que 25 dB para via óssea nas frequências de 0,5, 1, 2 e 3kHz na melhor orelha
Benefícios das próteses de condução óssea
Quando bem indicados, eles proporcionam uma ótima qualidade sonora.
Nos casos de surdez unilateral, o paciente apresenta melhora na compreensão quando a fonte sonora está do lado surdo e também tem melhora na capacidade de localização sonora.
É muito importante uma avaliação criteriosa, pois existem vários modelos e a escolha do modelo correto é essencial no resultado final.
Escolha do lado a ser implantado
O melhor lado a ser implantado é o que tem melhor funcionamento da cóclea (o melhor limiar de condução óssea). Algumas vezes, entretanto, é difícil julgar qual lado é melhor assim devemos levar em consideração vários fatores para tomar esta decisão.
- Fatores audiológicos: Para pacientes com perda auditiva condutiva ou mista, o implante deve ser colocado no lado que possui a cóclea com melhor funcionamento (ex. melhores limiares de condução óssea). Para pacientes com surdez unilateral coloque o implante do lado surdo.
- Fatores anatômicos: escolher o lado que tem espessura de osso suficiente e, nos casos de má formação da orelha, irá prejudicar menos a sua reconstrução.
- Destreza manual: habilidade do paciente (ou responsável) para utilizar os controles, assim como remover e recolocar o processador de fala.
- Rotina na direção: Os pacientes que dirigem regularmente com um passageiro sentado próximo ou atrás dele (exemplo motorista de táxi) normalmente preferem seus implantes do lado do passageiro (esquerdo).
- Uso do telefone: Pacientes que usam muito o telefone frequentemente preferem o implante do lado oposto à mão que “escrevem”.
Implantes bilaterais:
Para a maioria dos pacientes com perda auditiva mista ou condutiva, de moderada simétrica a bilateral severa, a prótese de condução óssea bilateral, melhora a localização do som e reconhecimento da fala no barulho. Não se indica o implante bilateral nos casos de assimetria (diferença) entre os ouvidos muito grande, que é definido como diferença da média dos limiares de condução óssea maior de 10 dB (0.5, 1, 2, 3 kHz) ou maior de 15 dB em frequências individuais