Diagnóstico da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS)

Como diagnosticar o ronco e a apnéia obstrutiva do sono?

O primeiro passo é realizar uma avaliação com um médico especialista. O médico otorrinolaringologista têm no seu currículo de residência médica treinamento para diagnóstico e tratamento da SAOS, e outras especialidades como pneumologia e neurologia também. Inicialmente o médico fará um questionário sobre diversos sintomas que possam indicar que você sofre de apnéia, bem como sua gravidade.  Faz parte do exame médico o exame da boca, nariz, faringe, língua, mandíbula, pescoço e arcabouço ósseo da face em busca de alterações que estejam relacionadas ao ronco e/ou apnéia. Também deverá avaliar a presença de outros problemas médicos como obesidade, alterações hormonais, hipertensão, diabetes, problemas cardíacos, etc.

Um exame frequentemente  realizado como complemento do exame físico é a  videonasofibroscopia que irá analisar o interior da cavidade nasal, rinofaringe, hipofaringe, base da lingua e o grau de oclusão/frouxidão da faringe por um teste denominado "manobra de Muller".


O principal exame para o diagnóstico do ronco e apnéia do sono, bem como a medida da gravidade do distúrbio,é a  polissonografia. Além desta, outros exames podem ser solicitados como tomografia computadorizada, prova de função pulmonar, gasometria arterial e outros exames laboratoriais. Estes exames complementares podem ser úteis para a escolha do tratamento ideal.

Como é realizada a polissonografia?

A polissonografia é realizada à noite em um laboratório de sono sob a supervisão de técnico ou enfermeiro capacitado. O exame é realizado durante a noite com o objetivo de reproduzir algumas das características habituais do paciente. O paciente geralmente é instruído para chegar ao hospital cerca de 90 a 120 minutos antes do seu horário habitual de dormir e o exame termina na manhã seguinte, procurando obedecer, na medida do possível, o horário do paciente acordar.
São colocados diversos eletrodos e sensores no corpo do paciente para o registro de atividade elétrica cerebral, movimentos dos olhos, do nível de oxigênio no sangue, freqüência cardíaca, fluxo respiratório e movimentos respiratórios. Estes dispositivos são colocados externamente e o paciente não recebe nenhuma medicação no laboratório (ele deve continuar com a sua medicação habitual).
Os padrões característicos obtidos pelos sensores são registrados durante toda a noite e são interpretados posteriormente. Vários parâmetros podem ser analisados, tais como: o tempo que o paciente demora para adormecer, a quantidade de sono e das diferentes fases de sono, o número de eventos anormais (exemplo: apnéias do sono e de movimentos dos membros) e teor de oxigênio no sangue.
Em casos selecionados, o exame pode ser realizado no próprio domicílio do paciente através de aparelhos portáteis. O laudo do exame deverá ser realizado por médico especialista em medicina do sono.


Existe alguma contraindicação?

O Polissonograma é contraindicado somente quando o paciente não está em seu estado habitual como, por exemplo:

  • Quadro gripal
  • Quadro febril
  • Qualquer outra condição clínica que impossibilite a realização do exame
  • Após viagem internacional com mudança de fuso horário

Pode haver alguma complicação durante o exame de polissonografia?

Absolutas: por se tratar de exame não invasivo, não há contra-indicações absolutas para sua realização.

Relativas: alguns pacientes podem apresentar quadros alérgicos a produtos utilizados na realização do exame, como por exemplo colódio elástico e a pasta condutora.


Qual o preparo necessário para realização do exame?

  • O paciente deve estar bem alimentado.
  • É orientado a manter suas atividades diárias normalmente. O uso de álcool deve ser avaliado individualmente; se o paciente não faz uso diário de bebida alcoólica, esta deve ser evitada no dia do exame.
  • Para melhor fixação dos eletrodos, o cabelo deve estar lavado e seco, sem utilização de produtos como gel, spray. Pacientes que não usam barba, devem fazê-la no dia do exame.
  • A retirada de medicações deve ser feita unicamente sob orientação do médico do paciente. Caso faça uso de antidepressivos, ansiolíticos, hipnóticos, anti-psicóticos, recomenda-se um período de 14 dias para a realização do exame se a medicação for suspensa.
  • O paciente deve trazer seus objetos de uso pessoal: pijama ou camisola, chinelo, escova e pasta de dentes. Caso costume estranhar dormir com outros travesseiros, deve trazer o(s) seu(s) travesseiro(s).

Classificação da gravidade da SAOS

A SAOS é considerada leve quando sonolência ou episódios de sono involuntários ocorrem durante atividades que requerem pouca atenção, como assistir televisão, ler ou andar de veículo como passageiro. Nesse grau de doença, os sintomas produzem discreta alteração da função social ou ocupacional. Na polissonografia, o índice de apnéia e hipopnéia (IAH) é maior que 5 e menor ou igual a 15.
Quando a SAOS é moderada, a sonolência ou os episódios involuntários do sono ocorrem durante atividades que requerem alguma atenção, como assistir a eventos socioculturais. Os sintomas produzem moderada alteração na função social ou ocupacional. O IAH é maior que 15 e menor ou igual a 30.
Na SAOS acentuada, a sonolência ou os episódios de sono involuntários ocorrem durante atividades que requerem maior atenção, como comer, conversar, andar ou dirigir. Os sintomas provocam marcada alteração na função social ou ocupacional. O IAH é maior que 30.

  • normal: IAH menor que 5
  • leve: IAH entre 5 e 15
  • moderada: IAH entre 15 e 30
  • grave: IAH maior que 30


Diretrizes da AMB/ABORL para SAOS - clique aqui

Prof Dr Robinson Koji Tsuji - CRM97471


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